O prazer do novo Douro tradicional
Tiago Dias da Silva, diretor geral da Quinta Maria Izabel, no Douro, revela-nos os contornos do projeto que surgiu da vontade de criar vinhos reveladores da região, mas com perfil ousado e irreverência.
Será seguro dizer que a Quinta Maria Izabel é hoje uma referência incontornável na região devido à visão do empresário brasileiro João Carlos Paes de Mendonça e à sua ambição de enformar e afirmar um ‘Novo Douro Tradicional’.

Uma missão hercúlea, iniciada em 2012, que exigiu grandes investimentos em replantações de vinhas, infraestruturas e recursos humanos, assim como a liderança de um ‘visionário’ à altura do desafio.
1. Dirk Niepoort
Personagem incontornável do Douro moderno, Dirk Niepoort foi a pessoa escolhida por João Carlos Paes de Mendonça para produzir vinhos que honram a região que lhes dá corpo, e que, tal como o próprio, se afirmam pela sua individualidade e, por vezes, irreverência.
O enólogo tem neste projeto a liberdade para deixar a imaginação desenhar os novos vinhos de um Douro antigo, que respeitam a tradição, olhando para o futuro, e que fazem do Douro uma região capaz de promover uma herança única. Vinhos que refletem de uma forma prazerosa o terroir e as castas de origem.
2. Vinhas Velhas: tesouro maior
São 140 hectares de Quinta distribuídos entre os 200m e os 600m de altitude, numa das mais bucólicas regiões do país, primeira Região Demarcada do Mundo e património da humanidade.
Os vinhos da Quinta Maria Izabel são feitos maioritariamente a partir de vinhas velhas com mistura de castas brancas e tintas (70%), em combinação com vinhas mais jovens com castas típicas da região – Tinta Roriz, Tinta Francisca, Touriga Nacional, Bastardo, Rabigato, Arinto, Cerceal e Códega do Larinho -, o que lhes confere uma acidez equilibrada, que não apenas os distingue e identifica com a região de origem, como os torna muito agradáveis e fáceis de beber.
Para este perfil contribui decisivamente o tipo de vinificação privilegiado: macerações carbônicas, utilização de cacho inteiro e fermentações maloláticas nos brancos (em barricas usadas), que se traduzem em vinhos não muito frutados nem demasiado aromáticos. Portanto, vinhos mais diretos, sem muitas arestas e com estágios longos onde a madeira usada se integra na perfeição, não ofuscando a especificidade da casta.
3. Interpretação única do Douro
Vinhos mais leves, com menos teor alcoólico, menor extração e maior acidez, potenciada por vindimas precoces, capazes de traduzir um Douro elegante, menos pesado e mais facilmente “decifrável” pelos novos consumidores é a proposta de valor da Quinta Maria Izabel.
O perfil aprimora-se no processo de vinificação, pelo recurso a macerações carbónicas, assim como pelo apuramento constante (anual) do blend de barricas e balseiros, de diferentes capacidades e idades, de modo a acrescentar valor aos vinhos.
4. Sublime e Vinhas da Princesa
Tão distintos quanto os irmãos podem ser, mas reveladores de uma origem comum, tal como sonhou Paes de Mendonça, distinguem-se na família Maria Izabel duas referências:
O Sublime Tinto, exclusivamente produzido a partir de vinhas com mais de 80 anos, surpreende pela cor clara – a lembrar um Pinot Noir ou um Gamay -, pela frescura e elegância únicas, resultantes da utilização com mestria de técnicas muito antigas para criar um vinho de perfil internacional, para alguns “um pouco à frente do seu tempo”.
É composto por um blend das melhores extrações obtidas após a pisa em lagar, após 20 meses de estágio em barricas de idade e características distintas para revelar todo o seu potencial.
Ainda o Vinhas da Princesa Branco, um vinho de inspiração francesa com terroir português, produzido unicamente a partir de vinhas velhas a 700m de altitude.
Vindimadas precocemente, as uvas são seguidamente prensadas, sendo 40% da lágrima resultante sujeita a fermentação malolática em barricas usadas de diferentes anos e igual capacidade. Após um estágio de vários meses e analisada meticulosamente a sua evolução, o mestre Dirk Niepoort faz o blend das melhores barricas, que revela em toda a sua plenitude o perfil deste branco tão especial.
5. Herança honrada no consumo com prazer


Os vinhos Quinta Maria Izabel são feitos no máximo respeito pela origem, honrando a identidade de um terroir único, mas com o fim último de proporcionar prazer a quem os bebe.
Um propósito que se cumpre com o Bastardo Tinto, um vinho produzido a partir da exigente casta que lhe dá nome e que se apresenta aqui ‘domado’, mas não menos imponente. Fresco, aromático, com uma capacidade evolutiva extraordinária e de uma elegância única, com o nível alcoólico a potenciar a drinkability deste vinho único, com assinatura de Marco Niepoort.
Aos consumidores que procuram um novo Douro, a Quinta Maria Izabel tem reservadas duas novas referências, a lançar em breve, para apreciar sem parcimónia.
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MI 2019 Branco8.70 €
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Maria Izabel 2018 Branco14.00 €
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MI 2017 Tinto8.70 €
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Quinta Maria Izabel 2017 Branco22.00 €