Como nasceu e o que caracteriza os vinhos da Kranemann?
A Kranemann Wine Estates nasce da paixão do seu fundador, Christoph Kranemann, pelo Douro e pelo Mundo. Enófilo assumido, viajou pelas principais regiões vitivinícolas mundiais nas últimas décadas e até equacionou investir numa adega na Austrália, mas foi quando conheceu a sua esposa, portuguesa, que aprofundou o conhecimento sobre o Douro e se apaixonou pelos seus vinhos.
Na Quinta do Convento de São Pedro das Águias, uma das mais antigas propriedades durienses associadas à produção de vinho, encontrou o palco ideal para dar vida ao seu sonho de produzir vinhos de terroir. E é neste cenário único e pleno de história que concretiza hoje a visão de recuperar e honrar a herança de produção de Vinhos DOC Douro e Porto associada à Quinta do Convento, contribuindo para o reconhecimento daquele Douro tão especial e tão particular, que é o do Vale do Távora.
O que torna a região e a quinta de onde são originários especiais?
Desde logo o terroir do Vale do Távora, com vinhas de altitude expostas a Norte, em solos de xisto e granito. Estamos num terroir de excelência para potenciar atributos como frescura, mineralidade, elegância e capacidade de evolução, sem esquecer a concentração e a profundidade típica dos vinhos do Porto.
O Vale do Távora reúne todos os atributos para se apresentar com toda a sua originalidade e diferenciação e é precisamente esse o nosso objetivo: contribuir para o reconhecimento desta micro-região. À localização privilegiada, com as vinhas e o vale, junta-se a adega e o Convento de São Pedro das Águias, verdadeiramente deslumbrante. O convento remonta o séc. XII, quando ali se estabeleceram monges da Ordem de Cister, responsáveis pela introdução da cultura da vinha.
Procurando cumprir-se em todas as suas dimensões – vinho, história e território – o projeto integrará brevemente também uma unidade de enoturismo, de visita obrigatória.
Quais as castas utilizadas / predominantes e que características conferem aos vinhos?
São privilegiadas as castas tradicionais do Douro, nomeadamente nos field blends das vinhas velhas existentes. Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, nos tintos, Viosinho, Rabigato e Gouveio, nos brancos – variedades que expressam plenamente a preciosa identidade do Douro.
O que distingue os vinhos Kranemann de outros da mesma região?
São vinhos extremamente fortes ao nível da frescura, mineralidade, elegância e capacidade de evolução, de grande prazer imediato, mas que se revelam também autênticas surpresas quando guardados. É a isso que o terroir de altitude nos desafia: a trazer diferenciação a uma região e a um país que estão a produzir vinhos extraordinários.
Que vinhos se destacam da gama e porquê?
Seguindo as preferências do mercado, destacamos o Quinta do Convento 2018, o primeiro branco vinificado no âmbito do projeto, parcialmente fermentado em barrica, um excelente exemplo do carácter, frescura e mineralidade que caracterizam os nossos vinhos.
Ainda um Porto, porque o Vinho do Porto é emblemático da propriedade e representa cerca de 50% da nossa produção. O destaque vai, assim, para o Kranemann Tawny 20 anos, provavelmente um dos mais surpreendentes Tawny chegados ao mercado no último ano.
Um vinho com um equilíbrio e uma frescura muito especiais, que motivou provas e críticas fantásticas. Um orgulho!
A que tipo de consumidor se destinam?
Com uma gama ampla e diversificada, tanto nos DOC Douro como nos Porto, os nossos vinhos respondem a diferentes perfis e preferências de consumo. Se o Tawny 20 anos se apresenta como opção incontornável para apreciadores de Porto, os novos Hasso, pelo seu perfil sedutor, assumem-se como companhia ideal para o dia-a-dia.
Se tivesse de descrever os vinhos em três palavras, quais seriam?
Paixão, identidade e frescura.
Vão existir outras referências no futuro?
Sim, ainda este ano chegará ao mercado o nosso primeiro Reserva Branco, bem como o Kranemann Vintage 2018, o primeiro Vintage Clássico da marca.
Curiosamente, dois vinhos nascidos da primeira colheita Kranemann Wine Estates (2018), aquela que foi uma entrada muito feliz deste projeto no Douro. Poder partilhar estes vinhos é um orgulho.